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Inácio Martins, Paraná, Brazil
Ma Anand Saroj

27 julho 2007

Vc comeu carne hj?


Lembro me muito bem. Por volta dos seis anos de idade tive um momento de intensa dor e mal estar ao pensar que a carne que comíamos exigia o sacrifício dos animais. E a resposta enfática dos adultos: Não, a gente não podia viver sem comer carne; Iria enfraquecer e morrer. Foi um triste momento o de ter que soterrar minha dor e compaixão naquela sentença irremovível.
Recordo a acomodação forçada que me obriguei a fazer, tentando esquecer a dor e o peso da consciência, mas me sentindo muito mal.
Relato isso com um objetivo: Testemunhar este movimento que ocorre no interior da consciência das criaturas, quando tem que conciliar sua sensibilidade e compaixão pelos animais com o hábito do carnivorismo.
Tentar esquecer o que se passa na realidade é a única forma de calar a dor da consciência.
Mas se temos coragem de fazer, temos que ter coragem de olhar o que fazemos. O animal sente. Não apenas dor. Quando um boi porco ou ovelha marcha para a execução eles pressentem o que vai ocorrer.
Nós temos hoje a bênção da anestesia até para restaurar um dente ,os infelizes são marcados a sangue frio com ferro em brasa.
Para morrer, ao entrar no brete sinistro quando se rebelam, recebem choques elétricos nas partes sensíveis - são contemplados com um disparo de pistola de ar comprimido na testa que deixa o animal desacordado por alguns minutos. Depois é erguido por uma pata traseira e cortam sua garganta com um cutelo.
O animal tem que ser sangrado vivo, para que o sangue seja bombeado para fora do corpo, evitando a proliferação dos microorganismos, existem matadouros que sangram os animais ainda conscientes. O abate a marretadas está proibido no Brasil o que não quer dizer que não aconteça - já que quase 50% dos abates são clandestinos. O problema da marretada é que mão é fácil acertar o boi com o primeiro golpe. Muitas vezes, são necessários dezenas para desacordá-lo se é que isso acontece completamente. E quando são esfaqueados não sentem?
O abate do porco é parecido com a diferença de que o atordoamento é feito com um choque elétrico na cabeça e que o animal é jogado num tanque de agua fervendo após o sangramento para facilitar a retirada da pele, muitos porcos caem na água fervendo ainda vivos.
O desespero e a angústia impregnam na carne.
Ninguém associa a depressão, a síndrome do pânico do nosso tempo com nada disso?
Os humanos requintam na crueldade com os irmãos menores criam inocentes e indefesos animais para sacrificar sem piedade.
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