Eu sou

Minha foto
Inácio Martins, Paraná, Brazil
Ma Anand Saroj

11 novembro 2006

Momento de verdades em minhas mentiras


Momento de verdade em minhas mentiras

***
Sinto gosto de sal e mel.
Ao acordar,
Tomo meu coração nas mãos
Peço a ele que não me falte,
Por causa desse doce encantamento.
Digo-lhe que seu lugar é em meu peito...
Digo-lhe que ele não é a alma.
Tento convencê-lo do seu lugar.
Tento conscientizar-me do meu lugar.

***
Como a lua e o sol,
Existirão sempre num propósito de amor
Do amor incondicional e genuíno de Deus.
Num encontro sutil, momentâneo
Dói e felicita
Saboreio sorrisos entre lágrimas
Ilumina e escurece
Despede-se para reencontrar-se
Dando-me a oportuna possibilidade,
De saborear exatamente o valor de cada emoção
Por conhecer tão bem a oposição de cada uma
Você é o mais perto do paraíso que eu posso estar...
Recuo no deserto da imaginação
Avanço, no que nos é permitido
A força dos nossos pensamentos.

Saroj *

Idade nova


Idade Nova


Quando desço a Serra da Esperança
E a bruma se descortina
Enxergo-te quase menina
Em teu primeiro centenário.
O sol em seu pleno despertar
Clareando, tuas ruas acordam
Para o trabalho sagrado
Desde pequeno ensinado,
A mais nobre tradição.
As flores dos teus jardins
Como colcha de retalhos
Mistura as cores criando
Maravilhosos cenários ...
De crianças bem sadias, rosadas ,e felizes
E penso, quantas Denises estais criando pro futuro?
Pra levar teu nome pro mundo,
Ou pra num só segundo arrebentando o coração
Ver seu time campeão,azul...Brasileiro!
Maravilhoso artilheiro ,fantástica apresentação.
Quando badalam os sinos
Nas perfumadas manhãs de domingo,
Com teu povo em oração,
Em silêncio meu coração busca elevar-se também.
Em revoada as andorinhas
já tarde, quase noitinha
Parece que ainda estou vendo
No crepúsculo a passarada
Igualzinho a meninada ,
Voltando pra casa correndo.
O trem pode passar...
Cortando a cidade , gritando!
Não me incomodo pensando que já veio me acordar.
Que ingrato seria,
Se por pura maldade ,
Tirassem o trem da cidade
Esquecendo tanta alegria!
Tua história, linda, é sem preço
E garanto é só o começo...
Tens os olhos de Deus sobre ti.
Muitos cem anos desejo-te Irati,
Sob as graças de nossa senhora.


Mar & Onda



Minha querida amiga Ondina e eu escrevemos essas palavrinhas para homenagear os cem anos de Irati.

Resignação


Resignação
***
Era você quem eu esperava
Nas longas tardes
Na sombra da minha saudade
Queria a lembrança do teu rosto
***
Era você quem eu esperava
Nas noites frias
Encolhida no portão
Até que a última luz se apagasse
***
Era pra você que eu preparava a casa
E arranjava as flores sobre a mesa
Que eu me banhava....
Hoje sei que era pra você
***
Minha lágrima mais sofrida
Meu sorriso mais tímido
Meu amor mais verdadeiro
Minha espera mais abnegada
***
Era para mim que por tanto tempo
Afiaste tua lança....
“Fera” derrotada pelo amor sublime...
Lanceiro, vencedor, sem dor...
Dono da minha Alma.
***
Saroj *

04 novembro 2006

Tratamento psicológico

Tratamento psicológico


Lá estava ela mulher feita,estacionando um carro do ano vermelho em uma vaga na frete do prédio de 10 andares.
Vestido rosa e sandália amarrada na perna, delicadamente caminhou do carro à portaria, ao elevador e quando subia até o 9º andar sentiu o seu coração pulsando acelerado, sentiu o calor aumentar, sentiu o cheiro do prédio antigo quando a porta do elevador abriu, e sentiu que anos retrossederam enquanto o elevador subia. Era como se a mulher tivesse ficado no carro e ali, no corredor estava uma adolescente assustada sem saber se devia ir para a direita ou para a esquerda, ou ainda melhor, voltar para o elevador e descer antes que o encontro fosse inevitável.
Uma voz doce perguntou de trás do balcão:
_ A senhora é a Marcia?
_Sim, e colocando-se em pé, sorriu querendo parecer tranquila, dirigindo-se para o balcão.
Água ... Ela precisava de água, a boca seca dificultava as palavras e o calor fazia os pensamentos confusos.
Da janela dava para ver o céu bem azul, dava para ver a praça a igreja as lojas e ela queria poder voar, sair dali queria qualquer coisa que não fosse o encontro.
A me,sma voz doce veio do fundo da sala, de um pequeno corredor:
_Marcia, pode entrar!
Uma porta se abriu, então ela entrou e quando entrou não tinha mais que nove anos, sentou-se na cadeira sem conseguir sentir os pezinhos tocarem no chão...
Arrumou os cabelos com as mãozinhas pequenas, respirou fundo, várias vezes para tentar manter o cérebro ativo.
Desejou que Deus a poupasse...
Desejou que fosse possível acordar ...
Mas nada aconteceu, diante da menina estava uma mulher de olhos e cabelos castanhos, mãos finas dedos longos, delicada mais de gestos firmes, de roupa azul que contrastava com a sala beige e marrom, decorada com bom gosto e com objetos finos que pareciam caros. Ela sorriu educadamente a menina também. Ela ficou séria, e um frio percorreu a espinha daquela criatura que desajeitada começou a responder tantas perguntas...
A mulher de olhos castanhos tinha perguntas cujas respostas só a alma poderia dar, tinha perguntas que o coração não sabia traduzir em palavras...
E durante 100 minutos elas estiveram ali sentadas ....Uma buscando a outra e a outra buscando a si mesma.
Uma desejando questionar, outra desejando entender.
Uma desejando lembrar, outra implorando esquecer.
Uma sorrindo pela oportunidade de progresso, outra chorando por estar em evolução.
O cansaço venceu a menina...
A paz de espírito deu vitória a mulher.
Ambas se levantaram eram da mesma altura, e se abraçaram, cada uma tinha um cheiro diferente.
As duas mulheres se despidiram.
De volta ao elevador, o vestido rosa estava molhado de suor e lágrimas.
As pernas bambas e as mãos trêmulas seguravam a chave do carro vermelho.
Cumprimentou o porteiro e viu que lá fora o sol estava mais claro que os outros dias comuns.
Dirigiu-se ao carro e pronto.
Tudo estava bem.
A menina que a pouco lhe tomara a forma, a razão e as idéias já havia ido embora. Verificou na bolsa onde estava o batom , era necessário recompor a mulher para que ninguém a visse tão ''ao vento'' .
A psiquiatra observou a mulher entrar no carro, fechou o caderno de anotações, que segurava contra o peito enquanto olhava pela janela do 9º andar.
Criaturas complexas e desajustadas ela deve ter pensado...

Outubro


Outubro

Na escuridão da noite
Vejo teu vulto chegando pra me acordar
No silencio da noite
Caminho na floresta escura
Sobre as folhas secas
Entre árvores e pensamentos
Entre a ilusão e o real
Espero teu resgate
Enquanto o vento me arrasta pra longe
E todo o tempo eu percebo
Que você virá
Na noite fria
Aquece-me em teus braços
Se outrora deixou-me escapar
Abraça-me forte agora pela eternidade
Vai amanhecer eu sei
Ficará dia para sempre
Não haverá vento nem distância
Nos movimentaremos sem dor
E teremos paz



Saroj